terça-feira, 25 de junho de 2013

Audiência discute fiscalização de recursos da educação repassados às prefeituras

Agencia da Câmara
   A Comissão de Educação promove audiência pública hoje, às 16 horas, para discutir a fiscalização dos recursos federais repassados às prefeituras para uso na educação. O debate ocorrerá no Plenário 12.

O deputado Francisco Praciano (PT-AM), que propôs a audiência, cita como exemplo e estado do Amazonas, que teve 34 municípios fiscalizados entre 2003 e 2011 pela Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo Praciano, todos os 34 municípios apresentaram irregularidades na aplicação dos recursos que receberam para a educação.

“Algumas dessas irregularidades apontam, inclusive, para indícios de fraudes e desvios de recursos na alimentação e no transporte escolar”, diz o deputado. “É importante a realização de audiência pública para que os convidados possam expor sobre as principais deficiências e falhas relacionadas à fiscalização dos recursos federais, bem como sobre as medidas que estejam sendo cogitadas para pôr fim ao grande número de desvios”.

Foram convidados para a audiência:
- o ministro da Educação, Aloizio Mercadante;
- o secretário federal de Controle Interno (CGU), Valdir Agapito Teixeira;
- o secretário de Controle Externo da área da educação do TCU, Marcelo Bermeguy; e
- o diretor-geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Elias Brasilino de Souza.
Da Redação/DC

sexta-feira, 21 de junho de 2013

PMSE é apresentado em Conferência Municipal de Educação em Uruçuca (BA)

Blog da Mobilização

Mobilizador Vandilson Gomes apresenta a Cartilha da
Mobilização durante a Conferência em Uruçuca (BA)
O Plano de Mobilização Social pela Educação (PMSE) e seu principal instrumento de conscientização, a Cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos, foram tema de exposições durante a II Conferência Municipal de Educação realizada em Uruçuca (BA), nos dias 22 e 23 de maio. Etapa municipal da Conferência Nacional de Educação (Conae) marcada para fevereiro de 2014, a conferência foi organizada pela Secretaria Municipal de Educação, com participação do Comitê de Mobilização Social pela Educação de Ilhéus.

Exemplares da Cartilha foram distribuídos aos participantes
Durante o evento, a mensagem da Cartilha foi apresentada pelo mobilizador Vandilson Gomes, que integra o Comitê de Ilhéus. A palestra contou com o apoio da gestora do Colégio Estadual Antônio Cruz, Lêda Del'Rei, que também integra o grupo de mobilizadores de Ilhéus, e da professora e gestora do Centro Educacional do Município de Uruçuca (CEMUR), Vamile Santana.

De acordo com Vandilson Gomes, a participação dos mobilizadores na Conferência Municipal de Educação também teve como objetivo dar início à articulação do Comitê de Mobilização de Uruçuca. “É o primeiro passo para a criação do Comitê de Mobilização Social pela Educação de Uruçuca, que compõe o Território de Identidade do Litoral Sul da Bahia”, afirmou o mobilizador.

Integrantes do Comitê de Ilhéus divulgaram a Mobilização
durante o evento
Além da apresentação sobre o PMSE, a Conferência em Uruçuca contou com colóquios sobre diversos temas, entre eles Emancipação, autonomia e participação popular: Desafios na Construção da Qualidade Social e Democrática da Educação; Política Pública de Educação e Educação Popular no Brasil; Gestão Democrática: Mecanismos e Processos de Participação Popular; Estado Democrático de Direito, Participação Popular, Movimentos Sociais e Educação no Brasil; e Autonomia Escolar e Responsabilização Docente na Gestão Educacional. Realizada no Centro Cultural Água Preta, a atividade contou com a presença de professores, gestores escolares, estudantes, representantes de movimentos sociais e lideranças comunitárias.

Leia mais sobre a Conferência Municipal de Educação em Uruçuca no site da Conae 2014

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A COMUNIDADE ESCOLAR E AS PRÁTICAS INCLUSIVAS


A COMUNIDADE ESCOLAR E AS PRÁTICAS INCLUSIVAS

Marina da Silveira Rodrigues Almeida
Consultora em Educação Inclusiva
Psicóloga e Pedagoga especialista
Instituto Inclusão Brasil
contato@institutoinclusaobrasil.com.br

Toda a comunidade escolar pode exercer uma influência positiva muito relevante sobre o desempenho integral dos alunos, segundo a filosofia da educação inclusiva. Inversamente, qualquer pessoa da comunidade escolar poderia influir negativamente, ou seja, deixaria de ser útil na formação geral dos educandos. Como se explica isso?

Explicações históricas

Vamos, de modo simplista, dividir a história da educação em quatro épocas, no que se refere aos alunos com deficiência.

Exclusão (antes do século 16)
Nesta época, nenhuma atenção educacional foi oferecida às pessoas com deficiência, que também não recebiam outros serviços. A sociedade simplesmente ignorava, rejeitava, perseguia e explorava estas pessoas, então consideradas ‘possuídas por maus espíritos ou vítimas da sina diabólica e feitiçaria’ (Jönsson, 1994, p.61)

Segregação (séculos 17 a início do século 20)
Excluídas da sociedade e da família, pessoas com deficiência eram geralmente atendidas em instituições por motivos religiosos ou filantrópicos e tinham pouco ou nenhum controle sobre a qualidade da atenção recebida.

Integração (décadas de 40 a 80)
Segundo Jönsson (1994, p.61), foi neste contexto que emergiu, em muitos países em desenvolvimento, a ‘educação especial’ para crianças com deficiência, administrada por instituições voluntárias, em sua maioria religiosas, com consentimento governamental, mas sem nenhum outro tipo de envolvimento por parte do governo. Algumas dessas crianças passaram a vida inteira dentro das instituições.
Surgiram, também, escolas especiais, assim como centros de reabilitação e oficinas protegidas de trabalho, pois a sociedade começou a admitir que pessoas com deficiência poderiam ser produtivas se recebessem escolarização e treinamento profissional.
Esta época viu surgirem as classes especiais dentro de escolas comuns, o que aconteceu não por motivos humanitários e sim para garantir que as crianças com deficiência ‘não interferissem no ensino’ ou ‘não absorvessem as energias do professor’ a tal ponto que o impedissem de ‘instruir adequadamente o número de alunos geralmente matriculados numa classe’ (Chambers & Harman, in Jönsson, 1994, p.62).
Os testes de inteligência, criados em 1905, desempenharam um papel relevante, no sentido de identificar e selecionar apenas as crianças com potencial acadêmico. ‘Este elitismo, que ainda é defendido com freqüência, serve para justificar a instituição educacional na rejeição de mais de um terço ou até a metade do número de crianças a ela encaminhadas. Tal desperdício não seria tolerado em nenhum outro campo de atividade.’ (Unesco, in Jönsson, 1994, p.62)

Inclusão (última década do século 20 e início do século 21)
Inspirada no lema do Ano Internacional das Pessoas Deficientes (“Participação Plena e Igualdade”), tão disseminada em 19o81, uma pequena parte da sociedade em muitos países começou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar o enfoque de seus esforços. Para que as pessoas com deficiência realmente pudessem ter participação plena e igualdade de oportunidades, seria necessário que não se pensasse tanto em adaptar as pessoas à sociedade e sim em adaptar a sociedade às pessoas (Jönsson, 1994, p.63). Isto deu início ao surgimento do conceito de inclusão a partir do final da década de 80.
Países desenvolvidos, como os EUA, o Canadá, assim como a Espanha e a Itália, foram os pioneiros na implantação de classes inclusivas e de escolas inclusivas.
Segundo Mantoan (1997), a inclusão “questiona não somente as políticas e a organização da educação especial e regular, mas também o conceito de mainstreaming. A noção de inclusão institui a inserção de uma forma mais radical, completa e sistemática.
O vocábulo integração é abandonado, uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já foram anteriormente excluídos; a meta primordial da inclusão é a se não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.” (p.145)

Explicações conceituais

Nos últimos 20 anos, o mundo conheceu conceitos que mudaram radicalmente a maneira como as pessoas com deficiência devem ser vistas, tratadas e inseridas nos sistemas sociais gerais. Os principais conceitos são os seguintes:

Autodefesa. Ato pelo qual uma pessoa defende por si mesma os seus direitos e interesses políticos.
Autonomia. Condição de domínio no ambiente físico e social, preservando ao máximo a privacidade e a dignidade da pessoa que a exerce. Daí os conceitos de ‘autonomia física’ e ‘autonomia social’.
Cooperação e colaboração. Promovem a ajuda mútua, o respeito mútuo, a aceitação das limitações e das capacidades de cada pessoa, construindo assim cidadãos tolerantes, não-preconceituosos, abertos e acolhedores.
Diferenças individuais. Decorrem de idade, combinação única de inteligências múltiplas com estilos de aprendizagem, temperamento, aptidões e habilidades, interesses, compleição física, aspirações e sonhos, experiência de vida etc.
Diversidade humana. Fato numa sociedade plural, ela é composta por todos os segmentos demográficos representados por gênero, orientação sexual, etnias, raças, nacionalidades, naturalidades, regiões socioeconômicas, histórico infracional, histórico penitenciário, deficiências (física, intelectual, visual, auditiva, múltipla, orgânica, psiquiátrica) etc.
Empoderamento. Processo pelo qual uma pessoa, ou um grupo de pessoas, usa o seu poder pessoal inerente à sua condição – por exemplo: deficiência, gênero, idade, cor – para fazer escolhas, tomar decisões e assumir o controle de sua vida.
Equiparação de oportunidades. Processo mediante o qual os sistemas gerais da sociedade, tais como o meio físico, a habitação e o transporte, os serviços sociais e de saúde, as oportunidades de educação e de trabalho e a vida cultural e social, incluídas as instalações esportivas e de recreação, são feitos acessíveis para todos.
Inclusão social. Processo pelo qual a sociedade se adapta para poder inserir, em seus sistemas gerais, pessoas até então excluídas e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis sociais.
Independência. Faculdade de decidir sem depender de outras pessoas (por ex.: membros da família, profissionais em geral).
Modelo social da deficiência. A sociedade é chamada a ver que ela própria cria problemas para as pessoas com deficiência, causando-lhes incapacidade (ou desvantagem) no desempenho de papéis sociais em virtude dos ambientes restritivos, das políticas discriminatórias e das atitudes preconceituosas que rejeitam a minoria e todas as formas de diferenças, dos discutíveis padrões de normalidade, dos objetos e outros bens inacessíveis do ponto de vista físico, dos pré-requisitos atingíveis apenas pela maioria supostamente homogênea, da quase total desinformação sobre necessidades especiais e deficiências e sobre os direitos das pessoas que têm essas necessidades, e das práticas discriminatórias existentes em muitos setores da atividade humana.
Necessidades especiais.  Este termo não é sinônimo de palavra ‘deficiência’ e nem a substitui. As necessidades especiais podem resultar de três situações principais: [1] Dificuldades de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento humano, vinculadas a causas orgânicas (deficiências, síndromes, disfunções) ou vinculadas a causas sociais (trabalho infantil, prostituição infantil, situação de rua, diversidade regional, pobreza/miséria etc.), [2] Dificuldades de comunicação e sinalização (oral, escrita, visual, auditiva, gestual etc.) e [3] Altas habilidades (superdotação) e grande facilidade de aprendizagem (Resolução CNE/CEB nº 2, 11/9/01).
Rejeição zero. Conceito que se refere a não rejeitar (excluir) uma pessoa, para qualquer finalidade, com base no fato de que ela possui uma deficiência ou por causa do grau de gravidade dessa deficiência, sendo que as instituições precisam ser capazes de criar programas e serviços internamente e/ou de buscá-los em entidades comuns existentes na comunidade a fim de melhor atenderem as pessoas com deficiência.

Explicações tecnológicas

O paradigma da inclusão trouxe no seu bojo imensos espaços que possibilitaram o desenvolvimento de um conjunto de tecnologias a serem utilizadas na aplicação de medidas de acessibilidade. Estas medidas de acessibilidade, por sua vez, contribuem decisivamente para o desempenho dos alunos, com ou sem deficiência, no processo de ensino e aprendizagem.
Na década de 90, começou a ficar cada vez mais claro que a acessibilidade deverá seguir o paradigma do desenho (design) universal, segundo o qual os ambientes, os meios de transporte e os utensílios devem ser projetados para todos (portanto, não apenas para pessoas com deficiência). E, com o advento do paradigma da inclusão e do conceito de que a diversidade humana deve ser acolhida e valorizada em todos os setores sociais comuns, hoje entendemos que a acessibilidade não mais se restringe à dimensão arquitetônica, pois existem barreiras de vários tipos também em outros contextos que não o do ambiente arquitetônico.
Assim, existem seis dimensões de acessibilidade e elas deverão ser promovidas em todos os ambientes externos e internos. Suas respectivas características, hoje obrigatórias por lei (por ex.: Decreto federal nº 5.296, 2/12/04; Resolução CNE/CEB nº 2, 11/9/01; Lei federal nº 10.098, 19/12/00) e/ou em conseqüência do paradigma da inclusão, são as seguintes:

Acessibilidade arquitetônica: Sem barreiras nos ambientes físicos (escolas, empresas, residências, edifícios públicos, centros de convenção, espaços urbanos, equipamentos urbanos, meios de transporte individual ou coletivo etc.).
Acessibilidade comunicacional: Sem barreiras na comunicação interpessoal (face-a-face, língua de sinais, linguagem corporal, linguagem gestual etc.), na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braile, textos com letras ampliadas para quem tem baixa visão, lupa e outras centenas de tecnologias assistivas para se comunicar) e na comunicação virtual (acessibilidade digital).
Acessibilidade metodológica: Sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (adequações curriculares, aulas baseadas nas inteligências múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, novos conceitos de educação, aprendizagem, avaliação do rendimento escolar, recursos didáticos etc., de trabalho (métodos e técnicas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, ergonomia, novo conceito de administração empresarial, empoderamento etc.), de ação comunitária (metodologias social, cultural, artística etc., baseadas em participação ativa e protagonismo), de educação de filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares etc.) e de outras áreas de atividade humana.
Acessibilidade instrumental: Sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo (lápis, caneta, transferidor, régua, teclado de computador, materiais pedagógicos etc.), de trabalho (ferramentas, máquinas, equipamentos etc.), de atividades da vida diária (tecnologia assistiva para comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, andar, tomar banho etc.), de lazer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sensoriais, físicas e intelectuais etc.) e de outras áreas de atividade humana.
Acessibilidade programática: Sem barreiras invisíveis (implícitas) embutidas em ordenamento jurídico (políticas públicas, leis, decretos, portarias, resoluções etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empresariais, comunitários etc. e em normas em geral.
Acessibilidade atitudinal: Sem barreiras sociais ou culturais (preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações), eliminadas por programas e exercícios de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e também através da convivência na diversidade humana.

Podemos, por exemplo, dizer que uma escola (sociedade, empresa etc.) inclusiva é aquela que está implementando gradativamente as medidas de acessibilidade nos seis contextos acima descritos.

Comunidade escolar praticando acessibilidade nos seis contextos

Uma escola em processo de modificação sob o paradigma da inclusão é, então, aquela que adota medidas concretas de acessibilidade. Quais pessoas devem adotar estas medidas? Professores, alunos, familiares, técnicos, funcionários e outros componentes da comunidade escolar. Cada uma destas pessoas tem a responsabilidade de contribuir com a sua parte, por menor que seja, na construção da inclusividade em suas escolas. Exemplos:

Arquitetura. Ajudando a remover barreiras físicas ao redor e dentro da escola, tais como: degraus, buracos e desníveis no chão, pisos escorregadios, portas estreitas, sanitários minúsculos, má iluminação, má ventilação, má localização de móveis e equipamentos etc.
Comunicação. Aprendendo o básico da língua de sinais brasileira (Libras) para se comunicar com alunos surdos; entendendo braile e sorobã para facilitar o aprendizado de alunos cegos; usando letras em tamanho ampliado para facilitar a leitura para alunos com baixa visão; permitindo o uso de computadores de mesa e/ou notebooks para alunos com restrições motoras nas mãos; utilizando desenhos, fotos e figuras para facilitar a comunicação para alunos que tenham estilo visual de aprendizagem etc.
Métodos, técnicas e teorias. Aprendendo e aplicando os 15 estilos de aprendizagem; aprendendo e aplicando a teoria das inteligências múltiplas; utilizando materiais didáticos adequados às necessidades especiais etc. É oportuno enfatizar aqui a teoria das inteligências múltiplas. Todos os integrantes da comunidade escolar devem ser informados e capacitados a respeito desta teoria a fim de que a sua aplicação se torne uma prática comum em toda a escola. Professores e alunos têm, no uso das inteligências múltiplas, o fator sine qua non do sucesso do ensino e da aprendizagem. Em todas as aulas e nas atividades extraclasse, os alunos estarão valendo-se da combinação única de suas oito inteligências para aprender, realizar trabalhos, interagir socialmente etc. Os técnicos, em especial os psicólogos, devem também trabalhar com as inteligências múltiplas para si mesmos e para os alunos e familiares. Os funcionários administrativos da escola se beneficiarão muito com o conhecimento da teoria das inteligências múltiplas e passarão a melhor compreender os comportamentos dos alunos, resultando em um melhor relacionamento interpessoal com os mesmos. Os familiares terão uma participação importante ao ajudar os professores e técnicos a identificarem os níveis de desenvolvimento das inteligências de seus filhos.
Instrumentos. Adaptando a forma como alguns alunos poderão usar o lápis, a caneta, a régua e todos os demais instrumentos de escrita, normalmente utilizados em sala de aula, na biblioteca, na secretaria administrativa, no serviço de reprografia, na lanchonete etc., na quadra de esportes etc.
Programas. Revendo atentamente todos os programas, regulamentos, portarias e normas da escola, a fim de garantir a exclusão de barreiras invisíveis neles contidas que possam impedir ou dificultar a participação plena de todos os alunos, com ou sem deficiência, na vida escolar.
Atitudes. Participando de atividades de sensibilização e conscientização, promovidas dentro e fora da escola a fim de eliminar preconceitos, estigmas e estereótipos, e estimular a convivência com alunos que tenham as mais diversas características atípicas (deficiência, síndrome, etnia, condição social etc.) para que todos aprendam a evitar comportamentos discriminatórios. Um ambiente escolar (e também familiar, comunitário etc.) que não seja preconceituoso melhora a auto-estima dos alunos e isto contribui para que eles realmente aprendam em menos tempo e com mais alegria, mais motivação, mais cooperação, mais amizade e mais felicidade.   

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Educação domiciliar deve ter mecanismos de controle, dizem especialistas

Agencia da Camara

Avaliação de debatedores em audiência pública realizada nesta quarta-feira pela Comissão de Legislação Participativa é que regras prescritas em lei daria mais segurança aos pais.
Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Audiência pública para discutir a
Público de audiência sobre ensino domiciliar defendeu a modalidade de educação.
Participantes de audiência pública realizada nesta quarta-feira (12) defenderam a regulamentação da educação domiciliar no País. Na concepção do diretor jurídico da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), Alexandre Magno Fernandes Moreira, esse direito já é reconhecido por convenções internacionais de que o Brasil é signatário, mas a previsão das regras em lei daria mais segurança aos pais que optam por esta modalidade de ensino. O debate foi promovido pela Comissão de Legislação Participativa (CLP).
A maior dificuldade para a regulação desse tipo de ensino, para a doutora em Educação Elizângela Treméa, consiste na fiscalização do processo por parte do Estado. “Toda opção é uma responsabilidade, para os pais que façam essa escolha, tem de haver mecanismos de controle”, defendeu.

Para Treméa, esse controle é necessário para distinguir entre o pai que administra o ensino domiciliar e aquele que simplesmente não quer educar a criança. Ela lembra que, com todas as dificuldades, no sistema formal, há um patamar mínimo de cobrança – o professor tem de ter formação e a escola passa por avaliação, por exemplo.

Proposta
Segundo o doutorando em educação domiciliar na Universidade de São Paulo (USP) Edson Prado de Andrade, a solução encontrada em outros países, principalmente na Europa, foi a exigência de que os pais registrem a opção pela educação caseira nos órgãos de controle. “A partir daí, os órgãos oficiais fazem a supervisão e a fiscalização”, acrescenta.

Atualmente, conforme relato dos participantes, há famílias processadas por abandono intelectual dos filhos porque optaram por educá-los em casa. O deputado Lincoln Portela (PR-MG), o autor do Projeto de Lei 3179 /12, que regulamenta o assunto, afirmou que esses mecanismos de controle são importantes, porque vão dar transparência ao processo educacional familiar.

O diretor jurídico da Aned foi ainda mais longe. Para ele, o Brasil é obrigado a editar a lei. “A convenção Americana de Direitos Humanos, reconhecida pelo País em 1992, obriga os signatários a adotar as medidas legislativas necessárias à efetivação dos direitos e liberdades previstas”. Dentre esses direitos, consta a prioridade dos pais na escolha da modalidade de educação dos filhos, sustentou.

Perfil
De acordo com o sociólogo André de Holanda, que realizou pesquisa sobre o tema, entre 600 e duas mil famílias optaram por educar os próprios filhos no Brasil. Dentre os motivos para essa escolha, segundo Holanda, oferecer uma educação melhor que a ofertada na escola foi a resposta de mais de 90% dos pais.

Os pais também alegaram razões religiosas como fator importante para educar as próprias crianças, relatou o sociólogo. Para esse grupo, em casa será possível desenvolver melhor o caráter e a moralidade dos filhos e poupá-los do ambiente nocivo da escola, segundo a pesquisa de Holanda.

Do ponto de vista da qualidade do ensino, tanto Holanda quanto o pedagogo e educador Fábio Stopa Schebella garantem que, apesar de não haver pesquisas conclusivas, estudantes domiciliares apresentam melhores índices de aprendizagem.

Schebella sustentou ainda que “não existe pesquisa que demonstre que criança ensinada em casa não se socializa”. A socialização deficiente, porque a criança cresce restrita ao núcleo familiar, é uma das principais críticas a essa modalidade de educação.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Maria Neves
Edição – Rachel Librelon

terça-feira, 11 de junho de 2013

Inscrições para o Prêmio Gestão Escolar foram prorrogadas até dia 16 de junho

Agora as escolas públicas estaduais e municipais da educação básica de todo o País terão mais tempo para se inscrever a 14° edição do Prêmio Gestão Escolar (PGE). Realizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o prêmio é um motivador para as escolas pensarem sobre sua gestão e mobilizarem sua comunidade escolar. Com a expectativa de mobilizar mais escolas a se inscreverem, e de incentivar todas que se cadastraram e não finalizaram seu processo de inscrição o prazo foi prorrogado até o dia 16 de junho.

Os participantes serão avaliados em quatro dimensões de gestão: pedagógica, participativa, de pessoas e liderança e de infraestrutura. “Ano a ano, buscamos atrair mais escolas, para que exemplos de boas gestões sejam reconhecidos e ganhem mais visibilidade. O prêmio é um estímulo à melhoria do desempenho das escolas e o sucesso da aprendizagem dos alunos.” destaca a presidente do Consed, Maria Nilene Badeca da Costa.

As inscrições também foram aprimoradas. A partir de agora, todo o processo de inscrição será feito via internet. Não havendo mais a necessidade de imprimir a documentação final, sua inscrição irá diretamente para o comitê de avaliação.

Premiação

As escolas representantes dos estados e do Distrito Federal recebem o diploma de destaque estadual/distrital e R$ 6 mil. As seis escolas finalistas, além do diploma de destaque nacional, recebem R$ 10 mil cada. A primeira colocada ganha R$ 30 mil e o título de Referência Brasil. Os prêmios em dinheiro não são cumulativos. Os diretores de todas as instituições de ensino selecionadas para representar seus estados também são contemplados com uma viagem de intercâmbio para os Estados Unidos.
 
Inscrições e mais informações: www.premiogestaoescolar.com.br

Com informações da Assessoria de Comunicação do Consed

Municípios mobilizam comunidade para divulgação do Concurso Tempos de Escola

Blog da Mobilização

Mobilizadores dos municípios participantes da quinta edição do Concurso Tempos de Escola, promovido pelo Instituto Instituto Votorantim em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e o Canal Futura, têm se empenhado para divulgar a premiação à comunidade. Destinado aos alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas dos 30 municípios integrantes do projeto Parceria Votorantim pela Educação, o Tempos de Escola visa premiar redações que retratem, de forma positiva, o universo escolar. As inscrições para a edição de 2013 se encerram no dia 30 de junho.

O objetivo do Concurso, este ano, é sensibilizar os estudantes para a importância da leitura. Para participar, alunos do ensino fundamental 1 e 2, ensino médio e Educação para Jovens e Adultos – EJA terão que desenvolver redações de diferentes gêneros textuais a partir do tema “A leitura transforma o mundo”. O concurso faz parte das estratégias de mobilização do projeto Parceria Votorantim pela Educação – PVE. (veja mais).

Para conseguir atingir o maior número de alunos, em Rio Branco do Sul (PR), a equipe local de mobilização social pela Educação definiu um plano de divulgação específico. “O primeiro passo foi conhecer a estrutura da cidade, identificar onde se encontram as bibliotecas públicas, as escolas e a secretaria municipal de Educação. Acredito que esses são os principais pontos que podem fomentar a participação no concurso. Depois, fizemos a divulgação mais intensa, indo de escola em escola para conversar com os alunos. Para tanto, contamos com a ajuda da Secretaria Municipal de Educação”, explicou o mobilizador local Tiago Vinícius Cumim.

Evento para divulgação do Tempos de Escola em
Anita Garibaldi (SC)
Em Anita Garibaldi (SC), a mobilizadora Cleonice Godoy realizou, com o apoio prefeitura, um evento em praça pública que reuniu cerca de 1500 pessoas. O intuito era a divulgação do PVE, bem como do Concurso Tempos de Escola. “O principal propósito da iniciativa foi mobilizar a comunidade em prol da leitura. Para isso, contamos com apresentações dos alunos, que apresentaram uma paródia elaborada pelo músico anitense Fábio Junior Conrado sobre o tema, além de apresentações de trovas e de teatro infantil”, explicou. O evento também contou com a doação de livros e com uma cabana de leitura.

Divulgação do Concurso em escola de Itapeva (SP)
Já a mobilizadora de Itapeva (SP), Tâmara Prestes, apostou na divulgação feita de escola em escola. “Entrei em contato com a diretoria regional de ensino e marcamos uma reunião com dez diretores de escolas estaduais. Mostrei o projeto e eles abriram as portas para que fôssemos às escolas conversar diretamente com os alunos e professores. Visitamos seis instituições estaduais e estamos agendando a divulgação nas escolas municipais da região”, contou.

Em Três Marias (MG), o mobilizador João Paulo Rabelo reuniu um grupo de voluntários, colaboradores da Votorantim Metais, que ficaram responsáveis pelas visitas e divulgação nas escolas públicas da região. “Os voluntários já realizaram três encontros. Em um deles, na Escola Municipal Rosa Pedroso de Almeida, foi realizado o Café com Leitura, com momentos de contação de histórias e com a presença de um escritor do município e de representantes da secretaria municipal de Educação. O intuito era conscientizar sobre a importância da leitura e, consequentemente, divulgar o Concurso Tempos de Escola”, contou.

Contação de histórias para divulgar o Concurso na
EM Rosa Pedroso de Almeida em Três Marias (MG)
Outra grande ação de mobilização na região foi um evento em praça pública, organizado pela prefeitura local. “Fomos convidados a participar do evento e fazer a divulgação do concurso. Participaram cerca de 1500 alunos. O gerente geral do Sistema Três Marias da empresa [Votorantim Metais], Fernando Rezende, fez um pronunciamento convidando todos os alunos presentes a participarem do concurso. Ele também afirmou que seria um orgulho muito grande para o município se, neste ano, tivermos um aluno destaque nacional. Com isso, a expectativa de divulgação do concurso é grande”, afirmou João Paulo.

Saiba mais sobre o Concurso e inscreva-se no Blog Educação.

Com informações e imagens do Blog Educação.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Membro do comitê de mobilização Social pela Educação de Ilhéus e pai de aluno da rede pública de Ilhéus é eleito delegado para Conferência Estadual de Educação


Roberto de Jesus pai de aluno da rede pública de Ilhéus, também membro do Comitê de Mobilização Social pela Educação de Ilhéus foi eleito como um dos nove delegados que representarão a cidade na Conferencia Estadual de Educação, prevista para acontecer em salvador até o próximo mês de outubro, a eleição aconteceu na II conferência Municipal de educação – COMEDI, realizada nos dias 03 e 04 de junho no Auditório da Faculdade de Ilhéus, que contou com a presença de dezenas de professores, gestores, estudantes, conselheiros, pais de alunos e trabalhadores. 
O evento debateu o tema “Plano Nacional de Educação (PNE) na articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular, Cooperação Federativa e Regime de Colaboração”. Os participantes também tiveram a oportunidade de discutir e votar diversas proposições que irão subsidiar a elaboração das políticas para a educação.
As propostas avaliadas durante a Conferência Municipal de Ilhéus nortearão um grande debate que acontecerá durante a II Conferência Nacional de Educação, prevista para o período de 17 a 21 de fevereiro de 2014, em Brasília. As conferências municipais possuem um papel extremamente importante, uma vez que já estão colaborando com a construção de um plano nacional para os próximos dez anos.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Aberta II Conferência Municipal de Educação de Ilhéus




Com o objetivo de debater o tema ‘O Plano Nacional de Educação na articulação do Sistema Nacional de Educação: participação popular, cooperação federativa e regime de colaboração’, teve inicio nesta segunda-feira, dia 3, a II Conferência Municipal de Educação de Ilhéus, que ocorre até esta terça-feira, dia 4, no auditório da Faculdade de Ilhéus. A fanfarra do Colégio Estadual Pedro Américo fez uma apresentação antes da solenidade. Promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Seduc), em parceria com os conselhos municipais e entidades do setor, o evento reúne, professores, gestores em educação e representantes de associações comunitárias.
A solenidade de abertura contou com as presenças do prefeito Jabes Ribeiro, da coordenadora do evento, Maria Angélica Silva, da secretária municipal de Educação, Marlúcia Mendes da Rocha, da gestora da Diretoria Regional de Educação (Direc 06), da presidente da Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI-APLB Sindicato), Enilda Mendonça, além da coordenadora da União dos Conselhos Municipais de Educação da Bahia (Uncme-BA) e representante do Fórum Estadual de Educação, Gilvania Nascimento - que proferiu a palestra de abertura sobre o tema do evento, e dos presidentes dos conselhos municipais de Educação, do Fundeb e da Alimentação Escolar, respectivamente, Reinaldo Soares, Osman Nogueira e Nilza Costa Lima.
Na oportunidade, o prefeito Jabes Ribeiro destacou a importância da conferência, que “além de identificar entraves, gera propostas, caminhos e objetivos que efetivamente serão fundamentais para termos uma educação de qualidade no município, no Estado e no país”, disse defendendo a reformulação do Pacto Federativo. “Na atual conjuntura dos municípios brasileiros é necessário que haja um novo Pacto Federativo, ou então perderemos uma grande oportunidade do país avançar. Hoje a política tributária do país é concentradora de recursos nas mãos da União e os municípios acabam sendo responsáveis por todas as crises”, atestou Jabes Ribeiro.
O prefeito declarou que os recursos oriundos do Fundo de Valorização da Educação Básica (Fundeb) não são suficientes nem para o pagamento da folha da educação. “É um quadro de crise. Se o prefeito não cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), está cometendo crime de improbidade administrativa. E o nosso compromisso é organizar a máquina pública, com transparência e seriedade, sem questões ideológicas e partidárias”, ressaltou.   
Na ocasião, a titular da Seduc, Marlúcia Mendes da Rocha, comentou que apesar das dificuldades encontradas no setor de educação, “a crise pode ser um bom laboratório para que possamos encontrar saídas, com participação e espírito colaborativo”.
Objetivos – Os objetivos do evento são discutir a política nacional de educação, indicar responsabilidades e atribuições entre os sistemas de ensino, avaliar as deliberações da Conferência Nacional de Educação bem como verificar impactos e analisar as atualizações de propostas para elaborar políticas nacionais para o desenvolvimento do setor. A conferência tem caráter mobilizador e propositivo, colocando em discussão as grandes questões da agenda educacional brasileira, ouvir a sociedade, a partir de seus diferentes segmentos, na construção de políticas do Estado voltadas para a educação de qualidade.  
Entre os temas que serão discutidos, nesta terça-feira, estão propostas para encaminhamento à conferência estadual, o Plano Nacional de Educação e o Sistema Nacional de Educação, organização e regulação; educação e diversidade, justiça social, inclusão e direitos humanos; qualidade da educação, democratização do acesso, permanência, avaliação, condições de participação e aprendizagem; gestão democrática, participação popular e controle social; valorização dos profissionais da educação, formação, remuneração, carreira e condições de trabalho; financiamento da educação, gestão, transparência e controle social dos recursos.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

UNE FAZ CAMPANHA POR 10% DO PIB NA EDUCAÇÃO

A União Nacional dos Estudantes (UNE) inicia neste mês a Jornada Nacional de Lutas com passeatas e manifestações para aprovar projeto que destina o equivalente a 10% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) - à educação.
Segundo o presidente da UNE, Daniel Iliescu, a jornada vai terminar no dia 28 de agosto, com uma manifestação no Senado pela aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que destina 10% do PIB para políticas educacionais e estabelece obrigações a serem cumpridas nos próximos dez anos. O projeto passou pela Câmara e está em tramitação no Senado.
No último dia 28, depois de adiamentos seguidos, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o relatório do senador José Pimentel (PT-CE) com a proposta do PNE. A proposta teve a inclusão de uma meta intermediária – aprovada na Câmara – que estabelece que 7% do PIB sejam investidos em educação. Pelo texto do Senado, a exigência seria feita a partir do quinto ano de vigência do plano e a obrigação de 10% só seria exigida a partir do décimo ano. Informações da Agência Brasil.
Postado por Pimenta na Muqueca