A imagem muitas vezes vale mais do que mil palavras. Aliando o amor pela fotografia e toda a representação social que ela pode promover, a professora Tereza Cristina Fidélis, do Colégio Estadual Dona Amélia Amado, em Itabuna, a 445 km de Salvador, encontrou um jeito especial e envolvente de ensinar a disciplina. Usando a fotografia do cotidiano, ela alia a teoria de sociólogos como Max Weber, Émille Durkheim e Karl Marx, fazendo com que os estudantes compreendam melhor a sociedade em que vivem.
A iniciativa não só desperta um maior interesse dos estudantes pela Sociologia, como também contribui para o desenvolvimento do senso-crítico. É o que explica Dalila França, ex-aluna para quem o estudo da sociologia foi fundamental na escolha da faculdade de Direito. “O trabalho da professora Tereza foi muito importante em minha vida. Ele me proporcionou entender melhor a sociologia e o trabalho destes sociólogos, além de conhecer lugares e ampliar meu conhecimento de forma prazerosa que é a fotografia. Hoje estou cursando Direito e já tenho uma melhor compreensão sobre a sociologia graças à professora Tereza Cristina que me proporcionou o acesso a este conhecimento. Ela e seu trabalho são maravilhosos e inesquecíveis”, comenta.
O projeto “A sociologia e o cotidiano através da fotografia: suas correlações históricas e sociais, à luz dos sociólogos Max Weber, Émille Durkheim, Karl Marx”, envolve toda a unidade escolar em atividades como as aulas de campo, entrevistas e a socialização dos resultados. O objetivo é formar estudantes pesquisadores, questionadores e que busquem soluções para os problemas sociais do cotidiano de suas comunidades. “Conseguimos fazer com que o aluno entenda a disciplina. Alcançamos o protagonismo juvenil através dos Sociólogos Karl Marx, Emilie Durkhein e Max Weber e como suas teorias nos ajudam a encarar, explicar e compreender a realidade social”, comemora a professora Tereza.
Ela diz, ainda, “que o projeto proporciona grande entusiasmo nos alunos e torna-se mais atrativo, pois a fotografia é um recurso didático de alta eficiência e o jovem de hoje é muito midiático. O objetivo é trabalhar com o cotidiano do aluno, facilitando assim, o aprendizado e o entendimento das teorias sociológicas. O projeto se destaca, também, por envolver aspectos da interdisciplinaridade, através da história da fotografia”.
Pesquisa – A professora Tereza também criou, em 2011, com o apoio do professor de Química, Abraão Matos, um Grupo de Ensino e Pesquisa do Amélia Amado (GEPAA), para incentivar a alfabetização e a educação científica no ensino básico, com estudantes a partir do 9º ano. O grupo conta com 35 estudantes, com 20 projetos em andamento. O estudante, William Barreto, do 1º ano do Ensino Médio, é um dos envolvidos. “Eu fui premiado na I Feira de Ciências do Núcleo Regional de Educação (NRE 05), em setembro. Foi uma experiência grande para mim”, afirma.
Tereza Cristina destaca que o grupo tem ajudado os estudantes a ingressarem no ensino superior, “percebemos o quanto os ajudamos para o Enem. Temos alunos em universidades do Paraná, na Uesc e USP, esse é o ganho, o conhecimento”, orgulha-se. Para a direção, a iniciativa da professora em formar o GEPAA vem ajudando a transformar a educação do Colégio Dona Amélia Amado. “Todas as vezes que o aluno está envolvido com a pesquisa, sentimos de fato a transformação, vemos esse aluno na escola com outra disposição. Essa iniciativa incentiva o estudante e o próprio professor, que se sente reconhecido na realização do aluno”, declarou o vice-gestor da unidade, Daniel Filho.
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