- Isadora Faber volta à escola nesta segunda (18) após ameaça de morte pelo Facebook
O delegado titular da 6ª Delegacia da Infância e Adolescência de
Florianópolis, Ricardo Guedes da Cunha, afirmou nesta terça-feira (19)
que em aproximadamente 30 dias poderá identificar o autor da ameaça de
morte feita à estudante Isadora Faber, 13.
Ao assumir o caso, disse que vai pedir, judicialmente, a quebra do
número do IP (Protocolo de Internet) do responsável pela postagem
publicada na rede social Facebook, no último sábado (16), que trazia
ameaças de morte contra Isadora, seus pais (Christian e Mel Faber) e um
amigo da adolescente. "Temos como rastrear. Vou contar com a ajuda do
serviço de inteligência e achar esta pessoa que prefiro acreditar não se
tratar de um adulto", disse Ricardo Cunha.
O delegado tomou novo depoimento da adolescente e de seus pais na
tarde de hoje. O primeiro BO (Boletim de Ocorrência) foi registrado na
8ª DP do bairro Inglesas, onde a família mora. O caso foi transferido
para a 6ª DP pelo envolvimento de uma adolescente. "É a terceira vez que
venho a uma delegacia. Não gosto muito deste ambiente, mas se for para
resolver o problema, a gente tem que aceitar. Eu acredito na Justiça",
contou Isadora.
A estudante do 8º ano do ensino fundamental da Escola Maria Thomázia
Coelho ganhou notoriedade a partir de julho do ano passado quando criou
uma fanpage no Facebook com o objetivo de denunciar as más condições da escola onde estuda até hoje.
Atualmente, a página possui mais de 572 mil "curtidas" e mais de 16
mil comentários sobre os assuntos postados. No último sábado, foi
publicado em seu fã-clube ameaça de morte contra Isadora, seus pais e um
amigo. Poucas horas depois, a página foi excluída do Facebook. Uma
amiga que organizou o fã-clube foi quem comunicou Isadora das ameaças.
Conforme o Código Penal, a pena para os crimes consignados na ameaça
(atentado contra a honra, ameaça, calúnia, entre outros) é de um a seis
meses de detenção. O processo deverá ser julgado pelo juizado especial e
a pena poderá ser revertida em doação de cestas básicas ou trabalho
comunitário.
O delegado Ricardo Guedes Cunha acrescenta que o ideal seria o
assunto ser apurado por uma Delegacia Especial de Combate à Pedofilia,
que não existe em Santa Catarina.
Segundo ele, terceiros se expressaram nos comentários da postagem com
vocabulário "chulo e obsceno" de cunho sexual contra a garota. Guedes
afirma que poderá pedir, também, o rastreamento do IP destas pessoas e
incluí-las no processo.
"Foi uma página criada só para fazer ameaça contra a Isadora", disse a
mãe ao sair da delegacia. "Estamos fazendo as coisas da maneira mais
correta possível para que se tenha resultado prático. Não dá para
conviver com esta situação", acrescentou Christian Faber.
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