Projeto leva mensalmente a um colégio grandes nomes da culinária do Rio
Rio - Qual é o melhor lugar para se provar pratos incríveis assinados por grandes chefes de cozinha? A resposta, com toda certeza, será em um restaurante de luxo. Mas estes mestres da culinária aceitaram um desafio e uma vez por mês mostram suas habilidades em uma das escolas da rede estadual de ensino,dentro do projeto Chefs na Escola: recriando a merenda, projeto da Malagueta Comunicação com o apoio da secretaria estadual de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Maniva.
O projeto teve como base a Lei da Alimentação Escolar que prevê, no mínimo, 30% da compra de alimentos para o preparo das refeições escolares seja adquirida da agricultura familiar, priorizando os orgânicos ou agroecológicos. O cardápio inclui dez alimentos: banana, mandioca, abobrinha, cenoura, ovo, tomate, arroz, abóbora, tangerina e bananada.
A chef Roberta Sudbrach (centro) acompanha a preparação da merenda dos alunos | Foto: Divulgação
A ideia de levar os grandes nomes da gastronimia às escolas nasceu da tese de mestrado da jornaistada Malagueta Comunicação, Juliana Dias, apaixonada confessa pelo assunto. "Quando conversei com os chefes sobre esta possibilidade a maioria aceitou de imediato.Era um desafio trabalhar com um determinado número de alimentos e em cozinhas de escolas públicas, onde os recursos são completamente diferentes dos restaurantes onde eles atuam" explica.
Segundo Juliana Dias, muito mais do que simplesmente elaborar o cardápio o importante era vivenciar esta experiência. "O primeiro encontro aconteceu na escola Compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos, onde estudam 600 alunos. As convidadas foram Teresa Corção, presidente do Instituto Maniva e chef do restaurante O Navegador, e Roberta Sudbrack. Foi interessante porque ela foi bem recebida pelas merendeiras e principalmente pelos alunos que nunca tinham tido contado com esse tipo de profissional", revela.
Além da refeição, os alunos participaram de atividades propostas pela chef Teresa Corção| Foto: Divulgação
Antes da refeição os estudantes participaram da atividade proposta por Teresa Corção: Bagunça na Cozinha. Os ingredientes da receita do dia foram camuflados para aguçar a percepção de cada um.
Outra atividade foi perguntar que tipo de alimento os alunos gostariam de ser, e as respostas foram as mais inusitadas; A dinâmica serviu tambpem para apresentar a gastronomia brasileira e a cultura alimentar do Rio, além de conhecerem desde o plantio até a chegada nas escolas.
Segundo Alexandre Brasil, do Observatório da Educação (UFRJ), as ações educativas desenvolvidas nas escolas em torno da alimentação devem incluir a contribuição das merendeiras.
“Temos a expectativa de que ao promovermos encontros e trocas dos chefs com as merendeiras sejam construídos momentos tanto de recriação da merenda escolar, como também tempos de recreação que permita um novo e significativo olhar sobre a alimentação escolar em suas potencialidades educativas, de sociabilidade, de prazer, de promoção da saúde e de valorização da cultura”,diz.
Para a jornalista,o projeto pode ter um desdobramento: o de estimular muitos destes estudantes a investirem na carreira de chef. "Não é impossível que no futuro alguns destes alunos venham a se tornar chefs", prevê Juliana, lembrando que em setembro será a vez de Fédéric de Maeyer em uma escola de Nova Iguaçu. O cardápio já está definido: frango ao curry leve com banana e mandioca crocante.
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