quarta-feira, 30 de novembro de 2011

REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO DO FUNDEB

Do TRESILHASILHEOS

ACONTECE NESTA QUARTA FEIRA(30/11/2011), NA SEDE DA APPI/APLB SINDICATO, LOCALIZADO NA AVENIDA LINDOLFO COLLOR, Nº 886, MALHADO, ILHÉUS - BAHIA, MAIS UMA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO MUNICIPAL DO FUNDEB, PARA ANALISAR A PRESTAÇÃO DE CONTAS ANO BASE 2011.

REUNIÃO ABERTA À TODA COMUNIDADE DE ILHÉUS E REGIÃO.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estudo diz que Brasil usa métodos de alfabetização ineficientes e superados

Professora do 1º ano do ensino fundamental na Escola Classe 204 Sul, Heloísa não segue um único método de ensino: mescla de três correntes vem gerando resultados positivos (Rafael Ohana/CB/D.A Press - 11/11/11)Professora do 1º ano do ensino fundamental na Escola Classe 204 Sul, Heloísa não segue um único método de ensino: mescla de três correntes vem gerando resultados positivos
O modo como as escolas brasileiras ensinam as crianças a ler e a escrever está ultrapassado. Essa é a conclusão de pesquisadores da Associação Brasileira de Ciências, depois de cinco anos de pesquisa. As metodologias utilizadas no Brasil, segundo o levantamento, tiveram a ineficácia comprovada por estudos internacionais que serviram de base para mudanças nas políticas de alfabetização em vários países. Para os especialistas, os métodos fônicos — que associam diretamente grafemas (letras) e fonemas (sons) — são comprovadamente os mais eficazes na iniciação dos pequenos no mundo das letras.
Para João Batista Oliveira, um dos pesquisadores responsáveis pela parte do trabalho que trata especificamente da alfabetização, nem mesmo a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, em 2007, melhorou as condições de ensino. “Mais tempo de estudo só adianta se for bom”, afirma.

Na opinião da professora de pedagogia da Universidade de Brasília (UnB) Norma Lúcia Neris Queiroz, o método fônico pode ser complicado para alguns alunos. “A criança precisa lidar com o som dos fonemas, o que não é uma coisa fácil”, destaca. Ela afirma que iniciar a alfabetização utilizando textos interessantes para os alunos pode ser uma forma de melhorar a qualidade da aprendizagem. “Mas não pode ser uma publicação comum, de cartilha. É preciso escolher uma parlenda, uma fábula, algo com o que as crianças possam brincar.”

Independentemente da forma de ensino adotada, Oliveira e a docente da UnB concordam que a formação de professores no país é deficiente e que isso influencia diretamente o desempenho dos alunos. Além disso, um problema que atinge as escolas públicas é a falta de formalização de um plano de ensino. Na prática, cada professor adota um método em sala de aula, ainda que o Ministério da Educação (MEC) desenvolva manuais para orientá-los.

Nas instituições privadas, por outro lado, a metodologia é definida pelo próprio colégio. “É uma injustiça que, na escola particular, o ensino seja de um jeito e, na pública, de outro”, afirma João Batista Oliveira. “Só depois de alfabetizado, o aluno consegue aprender outras coisas.”

domingo, 27 de novembro de 2011

Secretaria de Educação lanca projeto "Conhecendo as Frutas




Do Folha da Praia.com
A Secretaria Municipal de Ilhéus iniciou nesta sexta feira, 25 de novembro de 2011, o Projeto de Educação Nutricional “CONHECENDO AS FRUTAS”, organizado pela Gerência de Alimentação Escolar (Gerente de Alimentação - Amarílio Amorim Santana), elaborado pela nutricionista Érika de Carvalho Serafim (Responsável Técnica da Alimentação Escolar) e com o apoio da Secretária de Educação Lidiney Maria Campos de Azevedo.

Este projeto está sendo realizado nas escolas municipais de Ilhéus, na Educação Infantil com faixa etária de 4 a 6 anos, oferecendo atividades de educação nutricional, palestras informativas e dinâmicas. Segundo Érika Serafim, o objetivo do projeto “é desenvolver ações de cultura e extensão, de forma a contribuir para a formação de bons hábitos alimentares. Assim como também ampliar os conhecimentos sobre os tipos de frutas, ressaltando a importância do consumo das mesmas para manter a qualidade de vida e a prevenção de doenças”.

Na foto estão Karine (coordenadora pedagógica), Amarílio Amorim (gerente de alimentação), Deíse (diretora da escola Caic), Érika Serafim (nutricionista) e Jussara Madureira (vice-diretora do Caic).

sábado, 26 de novembro de 2011

O que há de novo na Escola Paulo Freire, em Ilhéus?

A Escola Paulo Freire, situada no Bairro Teotônio Vilela, em Ilhéus, foi pintada e está com novo armário de livros.
ANTES- 2010
DEPOIS -2011
ANTES - 2010

DEPOIS - reboco do muro e pintura da fachada de escola. 2011
2011:  EXTINTOR DE INCÊNDIO NA ÁREA ADMINISTRATIVA
2011: EXTINTOR DE INCÊNDIO NA COZINHA

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SEC-BAHIA PUBLICA NOVO CALENDÁRIO ESCOLAR 2012 APÓS NEGOCIAÇÃO COM APLB SINDICATO

Postado por APPI/APLB

Quando o Governo publicou o Calendário Escolar para o Ano Letivo de 2012, a APLB Sindicato entrou com o pedido de revogação desse calendário, visto que, o mesmo não tinha sido discutido e aprovado pela APLB, Sindicato que representa legalmente os Trabalhadores em Educação.
Confira o calendário aprovado pela categoria em assembleias regionais, clicando na imagem abaixo.

II Seminário Integrador do Programa O MP e os Objetivos do Milênio: Saúde e Educação de qualidade para todos




Lançamento do Eco Kids em Olivença lembra Maracanã lotado em dia de jogo

O lançamento da 8ª edição do Jornal Eco Kids, produzido pelos alunos da Escola Municipal de Olivença, em Ilhéus, encerrou o projeto, em 2011, com requintes de final de Campeonato Brasileiro.

O Centro Cultural de Olivença estava lotado. Alunos, professores, famílias e convidados prestigiaram ao lançamento, vibrando ruidosamente com cada apresentação. Nenhuma torcida organizada bateria a Escola Municipal de Olivença, no dia de ontem, sabendo o momento certo de aplaudir e de calar. 
E o Eco Kids despede-se de 2011, com saudades...

com auditório lotado;   (Foto de Maria do Socorro Mendonça)

com exemplares imperdíveis da 8ª edição;



com apresentações variadas dos alunos;

e com a concentração do público, acompanhando com interesse a todos os quadros.
Parabéns à Escola Municipal de Olivença!
Continuar

Este Eco Kids é meu e vou guardar para sempre!

Ibicaraí ganha nova unidade escolar

prefeito de Ibicaraí, Lenildo Santana e os alunos da nova Escola

O pequeno Leandro Ribeiro de oito anos comemorou na manhã desta quarta-feira (23) as novas instalações da escola municipal Lino Francisco dos Santos, inaugurada pelo prefeito de Ibicaraí, Lenildo Santana e pela secretaria de educação Fabiane lira. “Está muito bonita, adorei”, disse com a sinceridade de criança.  Leandro é um dos 42 alunos beneficiados com a obra.
A escola localizada na região do Jacarandá na zona rural do Município foi beneficiada com a reforma completa de duas salas de aula, banheiros, novo piso, cozinha e secretaria. “Antes era tudo estragado, o piso quebrado e feio. Gostei muito da minha escola”, afirmou Evelyn Santiago Nascimento de 12 anos uma das alunas da escola.
Catia dos Santos de nove anos elogiou os novos móveis da escola. “Gostei das cadeiras são muito confortáveis ”, ressaltou a jovem estudante. Professora da unidade escolar, Alessandra Dias  disse que o ambiente melhorou muito. “Temos um ambiente muito agradável para as nossas crianças”, afirmou.
Mãe de quatro alunos da escola, Rosimeire Alves Reis que há quatro anos mudou para zona rural transferiu os filhos para a nova unidade escolar. “Meus filhos estudavam em Ibicaraí no Jairo Carneiro, agora vão estudar aqui, temos uma boa professora e atenção com nós que moramos no campo”, disse a agora moradora     da zona rural invertendo a lógica da região cacaueira que é a mudança do campo para cidade.
ASCOM - IBICARAI

Projeto de Lei 267/11

 
Agencia da Câmara
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para aqueles estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de
instituições de ensino. Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente.
A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.
Indisciplina: De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente. Ela diz que, além dos episódios de
violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição.
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família, de Educação e Cultura, e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

E foi dada a largada no Concurso Melhor Escola Pública do Ano em Ilhéus!



Da rede municipal, estão inscritas as escolas
1- CAIC Darcy Ribeiro
2- Centro Educativo Fé e Alegria
3- Centro Comunitário do Basílio
4- Centro Comunitário Dr. Nelson D'Oliveira (anexo)
5- Escola Municipal Perpétua Marques
6- Escola Municipal Princesa Isabel
7- Escola Municipal Themístocles Andrade
8- Escola Municipal do Salobrinho
9- IME Eusínio Lavigne
10- Escola Barra de Itaípe Municipalizada
11- Escola Barão de Macaúbas Municipalizada
12- Escola Nucleada do Santo Antonio

Preparem suas torcidas! A escola vencedora será anunciada e premiada no dia 08-12, durante o II Seminário Integrador do Programa O MP e os Objetivos do Milênio, na UESC, em Ilhéus.

(Crédito Imagem: upb.org.br)

Escola Heitor Dias no dia da Consciência negra.

Do Blog Guarda Maria

20 de novembro, dia da Consciência negra.
 Neste dia, no ano de 1695, morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira. 
Os Alunos da Escola Heitor Dias fizeram sua parte, indo pra rua a caráter,
 (Negros, Português e Índios),
 Várias peças teatrais foram apresentadas na praça do Teatro Municipal, retratando todos os
conjuntos de etnias existentes em nosso país. 
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DO FUNDEB

ACONTECE NESTA QUARTA-FEIRA (23/11/2011) ás 08:30 horas, REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO MUNICIPAL DO FUNDEB, NA SEDE DA APPI/APLB SINDICATO, SITUADO NA AVENIDA LINDOLFO COLLOR, 886, MALHADO PARA ANALISAR PRESTAÇÃO DE CONTAS DO ANO BASE DE 2011.

ESTA REUNIÃO VAI ACONTECER NOVAMENTE NA SEDE DA APPI/APLB SINDICATO DEVIDO O CONSELHO TER SIDO DESPEJADO DO IMÓVEL POR FALTA DE PAGAMENTO DO ALUGUEL POR PARTE DA PREFEITURA .

APLICATIVOS AGORA SUBSTITUEM PROFESSORES

Fonte: Valor Econômico
Numa radical reconsideração do que significa ir à Escola, Estados e municípios através dos Estados Unidos estão lançando Escolas públicas pela internet que permitem aos estudantes, do jardim da infância ao último ano do ensino médio, ter algumas, ou todas, as aulas em sua própria casa. Outros Estados e municípios estão promovendo em Escolas físicas um estilo de Educação que é em sua maior parte baseado em cursos individuais por computador.

Nos últimos meses, o Estado de Virginia autorizou 13 novos cursos on-line. A Flórida começou a requerer que todos os estudantes de Escolas públicas de high school, o ensino médio americano que é cursado em quatro anos, tenham pelo menos uma aula on-line.

Idaho em breve vai requerer que sejam duas. Em Geórgia, um novo aplicativo permite que os estudantes baixem cursos inteiros em seus iPhones e BlackBerrys.Atualmente, 30 Estados permitem que seus estudantes tenham cursos pela internet.

Em todos EUA, cerca de 250.000 estudantes estão matriculados em tempo integral em Escolas virtuais, 40% a mais do que nos últimos três anos, de acordo com a Evergreen Education Group, uma empresa de consultoria que trabalha com Escolas on-line.

Mais de 2 milhões de alunos têm pelo menos uma aula pela internet, segundo a International Association for K-12 Online Learning, uma associação de classe especializada em Educação virtual ("K-12" é a sigla em inglês para "pré até o fim do ensino médio").
Apesar de alguns Estados e municípios administrarem suas próprias Escolas on-line, muitos contratam corporações e terceirizam esse serviço. Essas companhias contratam professores, fornecem currículo, monitoram o desempenho dos alunos - e fazem lobby para expandir o ensino público pela internet.

É tudo parte de uma explosão de experimentação na Educação pública nos EUA, alimentada em parte pela crescente pressão orçamentária, pela insatisfação dos pais com as Escolas de seus filhos e pelo fato de mesmo alunos de alto desempenho não conseguirem ficar no mesmo nível de seus pares em outros países industrializados. Nas maiores cidades dos EUA, metade de todos os estudantes do ensino médio nunca vai se formar.

As Escolas experimentais atraem um grupo muito diversificado. Alguns alunos já foram Escolarizados em casa, alguns são alunos de alto desempenho e outros têm horários irregulares devido a treinamento esportivo ou problemas de saúde. Muitos são alunos comuns que não prosperam em Escolas tradicionais, ou cujos pais querem protegê-los da intimidação e pressão dos colegas.
Defensores do aprendizado on-line dizem que ele pode economizar dinheiro público, oferecer currículos feitos sob medida para cada estudante e dar aos pais mais escolhas na Educação.
Saiba mais, inclusive pontos positivos e negativos das escolas experimentais em 

domingo, 20 de novembro de 2011

Dia da Consciência Negra

FRANCISCO FERNANDES LADEIRA - Editoria Variedades 
 



Fonte: Sempre Tops Dia da Consciência Negra
20 de novembro é o Dia da Consciência Negra














20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. A escolha da data não foi por acaso, remete à morte do mártir negro Zumbi, ocorrida em 1695.    
                                    
Zumbi foi o último líder do Quilombo dos Palmares (localizado no atual estado de Alagoas). Os quilombos eram comunidades auto-sustentáveis para onde se dirigiam os escravos que fugiam do cativeiro. Além dos negros, minorias brancas e indígenas também formavam as comunidades quilombolas.

O Dia da Consciência Negra é uma data para lembrar a resistência dos cativos à escravidão e refletir sobre a atual situação dos negros em nossa sociedade.

Durante um período considerável imperou no pensamento intelectual brasileiro o paradigma da “democracia racial”, tese que partia do pressuposto de que as diferentes “raças” no Brasil conviveriam em relativa harmonia.

Entretando, passados 123 anos da abolição da escravatura, não é difícil constatar que o arquétipo do negro social e economicamente inferior ainda faz parte do inconsciente coletivo do brasileiro. Lembrando um samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, apesar de livres do açoite e da senzala, os negros continuam presos na miséria da favela. 

Mesmo não legitimado juridicamente, como nas leis “Jim Crow” e no Apartheid, que vigoraram nos Estados Unidos e na África da Sul respectivamente, no Brasil se desenvolveu uma forma velada de  preconceito racial.     
                               
Ou seja, mesmo não sendo legalmente discriminada a população negra foi “naturalmente” segregada.  

Através de supostos eufemismos como “moreninho”, “jambo” e mulato, a origem étnica de um indivíduo é escamoteada; como se fosse desonroso, e não motivo de lisonjeio, ser qualificado como negro.  

Dados estatísticos e constatações empíricas corroboram a presença de práticas racistas no Brasil.

Expressões como “o negro quando não suja na entrada, suja na saída” ou “fulano é um negro de alma branca” infelizmente ainda estão presentes em nosso cotidiano. Estudos demonstram que nas escolas primárias, importantes instituições tanto para socialização quanto para a sociabilidade de um indivíduo, freqüentemente estudantes negros vivem situações constrangedoras e são tratados com indiferença por colegas e professores.
A exclusão do negro no Ensino Superior é clara: 97% dos atuais universitários brasileiros são brancos, contra 2% de negros e 1% de amarelos. Manifestações culturais com matrizes africanas, como o candomblé e a umbanda, são depreciadas por boa parte da população (preconceito estimulado pela intolerância das igrejas cristãs em relação a outras formas de crença).                                                                 
Nos meios de comunicação de massa, principalmente em telenovelas, os negros geralmente estão associados a antigos estereótipos como a “mulata sensual” ou o “negro malandro”; e a profissões socialmente inferiores, como empregadas domésticas e jardineiros.
No mercado de trabalho é considerável o número de negros barrados pelo subjetivo, e muitas vezes racista, pré-requisito “boa aparência”. Os negros, principalmente os morados de comunidades carentes, são as maiores vítimas de violência policial (“todo camburão tem um pouco de navio negreiro” diz uma música da banda O Rappa).
Para o sociólogo Florestan Fernandes, o negro é vitima de preconceito mesmo possuindo uma situação econômica privilegiada.

Deste modo, mesmo a ascensão social do negro, não minimiza o preconceito racial; pois a presença do elemento de cor em um meio social “impróprio à sua origem étnica” contribui para aumentar ainda mais a discriminação.

A competição direta no mercado de trabalho com os brancos e a presença em lugares raramente frequentados pelas pessoas de cor mostrou a população negra a verdadeira face das relações raciais no Brasil.

O preço pago pelos negros emergentes na pirâmide social foi incorporar ideologias impostas pela elite branca, como a democracia racial. Não obstante, foram obrigados a negar suas origens, principalmente os mulatos mais claros, deveriam “comportar-se como brancos”. Para ingressar no “mundo dos brancos”, negros e mestiços se submeteram a um “branqueamento” psicossocial e moral.

Em suma, a sociedade brasileira continua norteada por uma lógica herdada do período escravocrata. O preconceito continua de maneira discreta e branda.
Infelizmente nossa sociedade ainda não aprendeu a convier com as diferenças. Três séculos após a sua morte, a luta de Zumbi dos Palmares continua atual.

NOTA DA REDAÇÃO: Francisco Ladeira é professor de História e Geografia da Escola Estadual “Professor João Anastácio”

No dia 08 de dezembro, durante o Seminário do Programa O MP e os Objetivos do Milênio, você vai...

 

concentrar-se nas palestras.




treinar novas formas de utilização da tecnologia.




e ficar cansado. Aff! Final de ano e tudo isso de novidade na sua vida?

 
 Não desanime!

A equipe da Tônus Esporte & Saúde dará uma forcinha!
E se você estiver "crocante", não se preocupe. Os "crocs, crocs" do estalar das juntas virarão alegria e muito pique para enfrentar as palestras da tarde!

Participe, colabore, comprometa-se. Educação e Saúde são causas para abraçar!

(Imagens: flickr.com; forum.bp.blog.uol.com.br; jorgemanuelbraz.com, blogleohjitsu.blogspot.com)

Escolas do amanhã: o projeto que colabora para a redução da desigualdade no ensino.

Conheça a escola que está transformando o futuro de seus alunos com a ajuda de educadores, da comunidade local e de um projeto que visa combater a a baixa qualidade do ensino. | Por Patrícia Bernal - Publicado por MdeMulher

 

Crianças na escola
"O que faz a educação acontecer é a continuidade. Se a criança aprendeu hoje e amanhã ela falta, criam-se lacunas que dificultarão o aprendizado no futuro", explica a diretora Sueli Gaspar
Foto: Getty Images
Paredes coloridas e limpas, canteiros com flores, livros espalhados pelos corredores, e, na entrada, o simpático recado: "Você está entrando em uma escola de leitores". O ambiente acolhedor do Centro de Educação Integrado (Ciep) 1o de Maio, escola municipal na região em que se localizam três violentas favelas - Pedrinhas, Rolas e Antares - no Rio de Janeiro, pouco lembra o visual sem vida das unidades de ensino públicas no país. E pensar que até pouco tempo a escola também fazia parte dessa realidade. Esse cenário de desolação ganhou novos rumos a partir de 2005, depois que a instituição passou a ser dirigida pela ex-servente escolar Sueli Gaspar, vitoriosa, após ter passado por quatro concursos públicos até chegar ao cargo de diretora-geral. "Assim como a educação transformou minha vida, eu queria transformar a vida dessas crianças, criadas em um ambiente hostil e com pouca (ou nenhuma) perspectiva", diz Sueli.
O estopim inicial foi reformar a escola de ponta a ponta. "Um espaço de ensino bagunçado faz com que os alunos se sintam desvalorizados. Antes de pedir respeito, precisamos dá-lo", afirma a diretora. Sua persistência em preservar cada milímetro reconstruído durante dois anos chamou a atenção dos pais que passaram a perceber as boas intenções por trás da "ditadura" da conservação. "No começo houve estranhamento, mas depois pais e alunos entenderam que a escola é de todos e precisa ser cuidada."
Escola
1. Na sala de leitura ocorrem aulas de reforço para os alunos que estão com dificuldades; 2. Alunos realizam a Provinha Brasil 2010; 3. Crianças observam micro-organismo vivos
Foto: Divulgação

Paralelamente às mudanças estruturais, a equipe de professores, coordenadores e diretores também buscava novas formas de melhorar a qualidade do ensino, acabar com o analfabetismo e mostrar que, apesar do cenário pouco favorável, as crianças da favela também tinham direito a um futuro melhor. "Se cada um fizer sua parte, todos ganharão", afirma a diretora. Mas, como despertar a consciência e estimular o aprendizado em um ambiente escasso de recursos?
Um dos pontos foi convencer os pais a colaborar e a participar das propostas apresentadas no dia a dia. "Ali dentro é uma minisociedade, se não cumprimos nossos deveres, perdemos os direitos", diz Sueli. Dentre as regras estavam pontualidade no horário e a presença em sala de aula todos os dias. "O que faz a educação acontecer é a continuidade. Se a criança aprendeu hoje e amanhã ela falta, criam-se lacunas que dificultarão o aprendizado no futuro", diz Sueli. Mas, por trás dessa aparente rigidez, a gentileza está sempre presente em suas atitudes.
Escola
1. Um vez por mês são feitas reuniões com os pais de alunos de todas as turmas; 2. Denstistas avaliam como está a saúde da boca das crianças; 3. A sala de leitura também é equipada com computadores
Foto: Divulgação
Resultados acima da média
Os esforços empreendidos por pais, alunos e equipe educacional ultrapassaram os muros da escola e se refletiram nos resultados de duas importantes avaliações do país. Neste ano, a instituição ficou em primeiro lugar dentre 750 escolas municipais do Rio de Janeiro, ao tirar a nota 8,1 na Prova Rio, avaliação de português e matemática criada pela Secretaria de Educação da cidade. Em termos comparativos, a pontuação ultrapassou a média de países ricos como a Finlândia (7,1). Sem contar o resultado em 2009, na Prova Brasil, avaliação federal que ocorre a cada dois anos para levantar a situação do ensino fundamental, em que a escola alcançou a pontuação 5,9. Só para ter ideia do excelente resultado, o Ministério da Educação (MEC) estipulou a nota 6 como a meta nacional para 2022.
É importante ressaltar que todo esse empenho contou com um poderoso aliado: o projeto Escolas do Amanhã, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, que forneceu ferramentas importantes para a construção do bom desempenho da escola e de sua estrutura.
Criada em 2009, a ação já atinge 151 unidades escolares do município e cerca de 108.000 alunos. "O objetivo da iniciativa é trabalhar de forma integrada todas as dimensões do ensino, fazendo com que a aprendizagem gere impacto não só no lado intelectual como também no desenvolvimento humano dos alunos, diz André Ramos. Reduzir a evasão escolar de alunos, o déficit de professores e a baixa qualidade no ensino fundamental das escolas localizadas em áreas controladas pelo tráfico, milícias ou que acabaram de ser pacificadas, também estão entre suas linhas de ação.
Escolas do amanhã

Conheça algumas das propostas do projeto que tem colaborado para a redução da desigualdade no ensino público e ampliado o número de oportunidades para as crianças e os adolescentes.
· Capacitação de professores: baseada no método Uerê-Mello, desenvolvido especialmente para regiões com alto índice de violência, busca desfazer bloqueios cognitivos em jovens residentes em áreas de risco. Os professores foram preparados para identificar as vulnerabilidades dessas crianças e o porquê de não absorverem os conteúdos ensinados.
· Cientistas do Amanhã: as salas de aula foram equipadas com livros, vídeos, jogos, imagens e reagentes químicos para estimular a experimentação. Nessa atividade, os alunos são estimulados a desenvolver habilidades como senso crítico, raciocínio lógico, observação, análise, investigação, entre outras.
· Mães e avós comunitárias: voluntárias conscientizam alunos e familiares sobre a importância da escola em sua vida, monitoram as faltas e buscam saber seus motivos, reduzindo a possibilidade de evasão escolar. Além disso, dentro da escola acompanham as atividades e orientam o comportamento dos alunos.
· Informática com internet em banda larga: salas de informática com acesso à internet estão disponíveis para alunos do primeiro ao quinto ano. Os mais velhos, do sexto ao nono ano, têm acesso a classes equipadas com rede sem fio, projetor e caixas de som.

MANIFESTO POR UMA MINORIA EXCLUÍDA‏

A reunião interministerial para discutir as políticas para esse povo será no mês
de novembro 2011.

AJUDEM-NOS, por favor.
Profª.Bernadete Lage Rocha
l.bernadete@yahoo.com.br
031-88853369
Voluntariado:
APAC - Viçosa-MG
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Conselho de Segurança Alimentar
MULHERES PELA PAZ
PASTORAL NÔMADE                     

À Toda Sociedade Brasileira.

                    Abaixo, manifesto nacional por melhoria da condição de um povo com o estigma doloroso de vidas - 800000 pessoas, 90% analfabetos, segundo o IBGE -  relegadas ao abandono e à execração pública diária. Resolvemos apelar para a compaixão e a responsabilidade civil de todos os segmentos da sociedade, por puro cansaço de anos de tentativa inglória de amenizar a dor do despertencimento. O momento é agora, já que o governo federal  confirma o intento de erradicação da miséria em nosso país.
                  Estamos enviando-lhes este manifesto de pedido de socorro imediato ao Povo Cigano, para que todos se sensibilizem e interfiram  junto aos órgãos competentes,  para incluí-los nas políticas públicas de saúde, educação, erradicação da miséria e de  comportamentos preconceituosos que causam tanto sofrimento a esses seres à margem da vida.               
                  Nós,  voluntários do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, APAC, Casa de Passagem, e  na cidade de Viçosa, Minas Gerais, além do  Forum Mundial Social - Mineiro  e diversas outras entidades requeremos as medidas emergenciais de inclusão destes brasileiros,  que já nascem massacrados pelo fardo vitalício da dor do aviltamento e segregação atávica em nossa sociedade, desabrigados que são da prática do  macroprincípio da dignidade da pessoa humana, telhado da Constituição.
                   Cliquem no link abaixo, no artigo da SEPPIR,  que confirma a situação deles. E, por favor, leiam o anexo.
                          


Falta de políticas públicas para
ciganos é desafio para o governo

De acordo com estatística, população cigana no Brasil ultrapassa 800.000 pessoas
Da Agência Brasil
ciganos-dfMarcello Casal Jr/Agência Brasil

O Censo 2010 do IBGE constatou a existência de acampamentos em 291 dos 5.565 municípios brasileiros

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A falta de políticas públicas específicas para a população cigana, estimada em 800 mil pessoas, é hoje o maior desafio do governo federal para melhorar a qualidade de vida desses povos, respeitando as peculiaridades culturais. Entre as poucas ações governamentais adotadas recentemente está a instituição, em 2006, do Dia Nacional do Cigano, lembrado nesta terça-feira (24) . 

No entanto, desde então, nenhuma ação ligada à educação, saúde e programas assistenciais para os ciganos foi implantada. Segundo a secretária da Seppir (Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial), Ivonete Carvalho, o Brasil não possui uma política para as comunidades ciganas. 

A ideia é que cada ministério defina ações e destine recursos para execução de políticas voltadas a esses povos. Os ciganos têm representação no CNPIR (Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial) e na Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. No entanto, os dois órgãos são apenas consultivos. 

A ausência de políticas públicas é mais evidente entre as comunidades Calom que, até hoje, mantêm a cultura do nomadismo, mais por necessidade do que por apego à tradição. Essa realidade pôde ser constatada pela reportagem da Agência Brasil em visita a uma comunidade de 150 famílias recém-assentadas pela SPU (Secretaria de Patrimônio da União), na zona rural da cidade de Planaltina, no Distrito Federal. Eles têm água e luz, mas ainda vivem em barracas, em meio à poeira vermelha típica do Cerrado. 

Essa comunidade não dispõe de rede de esgoto e os banheiros são improvisados com fossas. O líder do acampamento, Elias Alves da Costa, pensa em transformar os pouco mais de 2 hectares de terra de chão batido num centro de apoio para calons e ciganos de outros clãs. 

- Queremos fazer uma vila cigana aqui para os que vêm de fora, que trazem crianças, vêm de longe e não têm onde ficar. 

Com o apoio da Associação Cigana das Etnias Calons do Distrito Federal, a comunidade está trabalhando para construir um banheiro coletivo que também poderá ser usado por famílias que estejam apenas de passagem pela região. Além disso, a associação negocia com o governo e a Caixa Econômica Federal a liberação de recursos para a construção de uma lavanderia e de um galpão para atividades culturais. 

Paralelamente às iniciativas de entidades não governamentais, a Seppir afirma que também atua no sentido de melhorar a qualidade de vida dos ciganos mais pobres. Uma experiência foi a criação do Centro Calom de Desenvolvimento da População Cigana, no município de Souza, na Paraíba. 

De acordo com a Seppir, o espaço de 300 metros quadrados foi construído para que 600 famílias da região pudessem desenvolver atividades culturais e oficinas de geração de renda. No entanto, o local, que custou R$ 360 mil e foi concluído em 2009, ainda está vazio e não é utilizado. 

Para o ex-subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos Perly Cipriano, que ocupou o cargo durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os programas governamentais voltados para os ciganos são executados de forma lenta. 

- O Poder Público tem uma lentidão em entender como são os povos ciganos. Eles têm muitos direitos aos quais não têm acesso. Os nômades, por exemplo, não recebem o Bolsa Família.
 
Ele destaca a falta de acesso à educação como um dos principais problemas enfrentados pelos povos ciganos. Segundo Perly, um dos fatores que levam a essa situação é a própria condição de nômades. 

- É necessário que o Ministério da Educação, os prefeitos e as autoridades comecem a estabelecer uma política social adequada a essa realidade. 

Segundo a secretária da Seppir, estima-se que a população cigana, no Brasil, ultrapasse os 800 mil, uma vez que a cultura nômade ainda persiste em muitas comunidades. Estima-se ainda que 90% dessa população sejam analfabetos. 

O Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou a existência de acampamentos em 291 dos 5.565 municípios brasileiros.

Emails das autoridades em Brasília:
                      imprensa@sdh.gov.br
                      sg@planalto.gov.br
                      seppir.secomt@planalto.gov.br
                      silvany.euclenio@planalto.gov.br
                                        Se nosso país tornou-se referência em crescimento econômico, certamente conseguirá sê-lo também em compaixão e acolhimento dessa causa universal.
                                              DE GENTE ESTRANHA, em caravana.
                                                       Dolorosamente incômoda.
              Ciganos. Descobrimos, perplexos, que suas famílias são excluídas dos programas de bolsa-família, saúde, educação, profilaxia dentária, vacinas etc. Sua existência se torna mais dramática, pois não conseguem os benefícios do governo por não terem endereço fixo. Segundo o IBGE, são cerca de 800.000, 90% analfabetos.
            Há seis anos, resolvemos visitar um acampamento em Teixeiras, perto de Viçosa. E o que vimos foi estarrecedor: idosas, quase cegas, com catarata. Pais silenciosamente angustiados, esperando os filhos aprenderem a ler em curto espaço de tempo, até serem despejados da cidade. Levamos ao médico crianças que “tinham problema de cabeça”. E eram normais. Apenas sofriam um tipo diferente de bullyng, ignoradas, invisíveis que são. Chefes de família com pressão altíssima e congelados pelo medo de deixarem os seus ao desamparo.
            Vida itinerante.  Numa bolha, impermeável. Forasteiros no próprio país. Dor sem volta. Passamos a visitar todos que aqui vem. E a conviver com o drama de mulheres grávidas, anêmicas e sem enxoval. Crianças analfabetas aos dez, onze anos.
Em 2008, pesquisando, achamos a Cartilha dos Direitos Ciganos da advogada Dra. Mirian Stanescon Batuli, a primeira cigana com curso superior no Brasil.
Certa vez, ao entregar a Cartilha na rua, ouvimos o seguinte: “se vocês chegassem há pouco, veriam uma dona xingar todo mundo de ladrão,  como sempre fazem.” Outra, com os olhos turvos, grávida de dois meses e já com quatro filhos, tentou doar-me o bebê. Um cigano olhou a Cartilha com descrença. Medo cravado na alma.  Alguns às vezes nos ligam para ver se conseguimos do prefeito de algum  lugar  que eles fiquem um pouco mais até que um ou outro menino termine o semestre na escola.
Sugeriram-nos que eles precisam se organizar e reivindicar. Ora, alguém já viu seqüestrado negociar com sequestrador? Como pessoas reféns do analfabetismo, execradas publicamente todos os dias de suas vidas, amordaçadas pelo preconceito e com filhos para alimentar conseguirão lutar por algo? Vide a Pirâmide de Maslow.  Quem tem que gritar somos nós. Para eles não sobra tempo de aprender o ofício da libertação, já que são compulsoriamente nômades - sempre partem porque os donos dos terrenos ou algum prefeito desinformado logo dão um jeitinho de “precisar com urgência daquele local”. E não dá tempo de fazerem a transferência de uma escola para outra, a tempo.
                A gente descobre, atordoada, que desde a primeira diáspora,  quando  passaram a viver à deriva, sempre expulsos, eles vivem numa cápsula do tempo. Conservam os mesmos hábitos daquela época, ou seja, sociedade patriarcal, vestuário, casamento prematuro, a prática de escambo e a mesma língua dos antepassados. Tudo isto PORQUE NÃO PARTICIPAM DAS TRANSFORMAÇÕES DA CIVILIZAÇÃO. Jamais tem acesso às benesses das pesquisas tecnológicas e científicas, aos programas governamentais de erradicação da miséria, às celebrações civis agregadoras ou sequer a proposta  de ao menos um olhar de compaixão.  
               E, então, “civilizados” que somos, cristãos ou não, que gritamos por nossos direitos, que votamos a favor ou contra, que existimos, continuaremos a dormir em paz?
                Agradecemos a todos que se sensibilizarem com a causa e nos ajudarem.
Abaixo, email recebido de uma senhora cigana , esposa de um professor de  Viçosa.
Respeitosamente,

(O nome foi deletado em respeito à ela)
 Bernadete: Li seu artigo e os outros que me indicou e, neste momento, de alma pesada, garganta em nó e olhos úmidos, não sei como expressar-me. A dor que experimento é como chaga viva, sangrenta, para a qual não parece haver remédio. Parece que se instalou em mim toda a dor do meu povo e, tudo que posso, exatamente agora, é deixar que o pranto role e lave os lixos da minha mente, ora poluída pelo desamor, pelo descaso, pela vida miserável a que tem sido obrigados os meus iguais, a minha carne, o meu sangue.
Sei, perfeitamente, o que ser cigano no mundo dos gadjés. Também tenho sofrido preconceito e muitas vezes experimentei "o dom da invisibilidade", outras tantas, conheci o verdadeiro significado e a dor do desprezo, pelo simples fato de não negar minha origem.  A forma que encontrei de não mais deixar-me exposta às feridas que levava para casa, cada vez que fui alvo de repúdio, de zombaria, de desconfiança e de outros tipos de preconceito foi o anonimato, o refúgio da minha casa, de onde raramente saio. Aconselharam-me, mais de uma vez, esconder minha origem para que a sociedade me aceitasse, mas não posso ou quero e, ademais, tenho orgulho de ser uma filha da Casa de Rom, tenho orgulho do meu pai e de sua quinta casta, da minha mãe e da terceira casta à qual pertence.
Sempre sonhei em lutar pelo meu povo, porém fomos criados para sermos pacíficos, para entendermos e aceitarmos que o mundo é dos Gadjés e que somos hóspedes de passagens, além de minoria. Nunca consegui realizar o sonho que acalento de criar "A Escola Itinerante Pró-Ciganos", para levar o saber, a educação a cada acampamento, a fim de diminuir a linha de desigualdade que separa o meu povo dos Gadjés. Quem sabe, agora, com sua ajuda e mais de quem queira abraçar essa causa, a escola possa ser criada e eu realize o sonho de ensinar a cada ciganinho a descobrir a escrita, a leitura e, através da educação, meu povo aprenda a lutar por respeito à sua condição de ser humano?
Obrigada, amiga, por se importar com os "párias" da sociedade.