terça-feira, 1 de novembro de 2011

Projeto Esporte à Meia-Noite e sua atuação preventiva contra a criminalidade juvenil


Desde 1999, cerca de 80 mil jovens já passaram pelo projeto Esporte à Meia-Noite, que oferece atividades como futebol, xadrez, vôlei e basquete das 11 da noite às duas da manhã em escolas públicas de cidades-satélites do Distrito Federal.

Para participar, não é preciso matrícula, nem identificação. Mas existem regras a serem observadas, como explica o policial militar José Almeida de Araújo, coordenador do Esporte à Meia-Noite.

"O participante é um jovem muito arredio, raramente ele dá confiança às pessoas. Se você chegar nele e começar a conversar, eles acham que você está fazendo levantamento da vida dele, pelo fato de muitos estarem em situação de pendência com a justiça. Se você começar a perguntar demais, eles se afastam logo. Mas tem regras pra entrar lá dentro também. Primeiro é feita a revista na entrada, ele não entra com arma, nem qualquer entorpecente. Lá dentro não se fuma. Se quiser ele pode sair e ir fumar lá fora. Bebida alcoólica ele não entra, ou se estiver em estado de embriaguez. E uma vez estando lá dentro, ele tem que se comportar, não danificar instalações do colégio"

Nas escolas onde o projeto funciona, o vandalismo é praticamente nulo. Além disso, as delegacias de cada área já constataram uma redução significativa da criminalidade no horário de funcionamento do Esporte à Meia-Noite.

Em Planaltina, por exemplo, houve uma queda de 52% nos casos de roubo e de 75% nos de lesão corporal apenas no primeiro ano de funcionamento do programa.

José Araújo destaca que tirar os jovens das ruas na madrugada tem evitado que eles sejam vítimas ou mesmo autores de crimes.

Atrair os jovens não é tarefa fácil, mas é o passo fundamental para o sucesso de qualquer projeto voltado a essa faixa etária, como observa o doutor em saúde pública, Miguel Fontes.

"Você vai numa escola pública. Será que faz alguma diferença aquela escola ser bem pintada? Faz uma grande diferença, porque você não está indo ali apenas para buscar um serviço básico, você está ali para ser transformado. A partir do momento que você tá recebendo apenas uma metodologia de repetição, é monótona, você tá oferecendo um serviço, mas muitas vezes você não está educando. Então essas políticas para os jovens eu acho que vêm dar a cobertura ao bolo. Mas tem que ser lá na escola, lá no posto de saúde, tem que ser vinculado ao trabalho, porque na verdade essa política funciona como esse recheio, que traz um gosto mais interessante pra que esses serviços básicos públicos possam se tornar mais interessantes e eles possam ter um desempenho ainda maior"

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